As medidas restritivas para conter a piora da pandemia de Covid-19 neste ano tiveram impacto limitado sobre o consumo de energia elétrica, afirma a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Segundo levantamento da instituição, em março, fase mais crítica da pandemia em 2021, houve alta de 5,5% do volume consumido no Sistema Interligado Nacional (SIN) no comparativo anual, atingindo 66.650 megawatts médios (MWm).
Com isso, o indicador fechou o primeiro trimestre com aumento de 3,7% em relação ao registrado no mesmo período de 2020.
Para Rui Altieri, presidente do conselho de administração da CCEE, os números indicam uma curva de aprendizagem em relação à pandemia e mostram que vários setores da economia conseguiram manter sua operação, ainda que diante de regras mais rígidas que as adotadas no ano passado.
A CCEE também analisou dados recentes dos Estados Unidos e das principais economias europeias, onde medidas de isolamento social também tiveram forte impacto no consumo de energia no ano passado. De acordo com a instituição, o aumento de 5,5% do consumo no Brasil em março coloca o país à frente da Espanha (+5,1%), Estados Unidos (+0,6%) e Reino Unido (-0,3%), e atrás somente da Itália (+12,2%) e França (+6,2%).
Em março, o consumo de energia mostrou alta em 19 Estados e no Distrito Federal. Os destaques positivos foram Rio de Janeiro (+14,1%), Santa Catarina (+10,5%), Pará (+9,0%), São Paulo (+7,9%) e Bahia (+7,3%). Na outra ponta, registraram baixa no consumo Rio Grande do Sul (-10,9%), Amazonas (-9,5%), Rondônia (-8,0%), Acre (-5,9%) e Paraíba (-0,6%).
Na abertura por ramos de atividade, todos os segmentos que contratam energia no mercado livre (ACL) aumentaram seu consumo em março, na comparação com o ano passado. O setor de saneamento registrou a maior alta (+34,7%), seguido pelo comércio (+26,7%), têxtil (+24,5%), veículos (+22,1%) e manufatura (+22,0%).
Foto: Agência Brasil