A carga de energia do sistema interligado do Brasil deve ter em outubro um significativo aumento de 6,3% na comparação com mesmo mês do ano passado, projetou, no dia 9, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em meio à reabertura gradual da economia depois de quarentenas adotadas contra o coronavírus.
O desempenho deve ser marcado por aumento na demanda em todas regiões, principalmente Sudeste e Sul, onde é esperada expansão de 6,9% na comparação ano a ano, apontou o ONS em boletim.
Na semana anterior, o órgão do setor de energia apontava para aumento de 5% na carga em outubro, com incrementos de 5,9% no Sudeste e 5,3% na região Sul.
No Norte, o ONS agora vê elevação de 6% na carga ante outubro passado, enquanto no Nordeste a previsão é de aumento de 3,4%.
Isso compara-se a respectivas altas de 7% e 0,7% projetadas na semana anterior, quando o ONS disse que o desempenho esperado se deve ao gradual retorno das atividades econômicas "e ainda as elevadas temperaturas", ao apontar tempo quente principalmente em capitais do Sudeste e Centro-Oeste.
O ONS ainda não divulgou detalhes sobre os motivos da revisão para cima nas estimativas.
Em abril, primeiro mês sob impacto das quarentenas, a carga de energia chegou a desabar 12%.
Em setembro, a demanda teve o melhor desempenho desde então, com avanço de 2,9%, segundo dados prévios da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), divulgados no dia 8.
O consumo de energia no país em outubro deve somar 73.857 megawatts médios, de acordo o ONS, contra 73.002 megawatts estimados na semana anterior.
CHUVAS
O órgão do setor de energia ainda apontou chuvas bastante abaixo da média na área dos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de geração do Brasil.
No Sudeste, que concentra a maior capacidade de armazenamento, as chuvas na região das usinas estão projetadas em 54% da média histórica em outubro, contra 58% na semana anterior.
No Nordeste, segundo em reservatórios, as precipitações devem atingir 45% da média, abaixo dos 50% vistos antes.
Foto: Reuters