A Engie informou que o projeto básico do sistema de transmissão em 525 kV Ponta Grossa-Ivaiporã circuitos 1 e 2 foi revisado, de forma que o empreendimento não sofrerá atrasos. Nesta quinta-feira, 27 de junho, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) publicou um despacho indeferindo o pedido da Engie, que pretendia passar a linha por cima do bipolo (600kV CC) Foz do Iguaçu-Ibiúna, que faz a interligação internacional entre Brasil e Paraguai para escoar a energia da hidrelétrica de Itaipu.

Segundo a Engie, a LT Ponta Grossa-Ivaiporã fará a travessia por baixo do bipolo de Itaipu conforme determina os Procedimentos de Rede. A solicitação de passar por cima tinha como objetivo otimizar o projeto, evitando estruturas especiais que agora serão empregadas. A Engie esclareceu que essa mudança não afetará o cronograma do empreendimento, previsto para entrar em operação em 9 de março de 2023.

A recusa da Aneel aconteceu porque a travessia por cima traria maior risco a manutenção do bipolo de Itaipu, que exige alto nível de desempenho e disponibilidade. A Engie foi vencedora do Lote 1 do leilão realizado em 15 de dezembro de 2017. O sistema é composto por duas linhas: LT 525 kV Ponta Grossa – Ivaiporã C1 e C2, com 170 e 168 km e LT 525 kV Ponta Grossa – Bateias C1 e C2, com 104 e 96 km.

Caio Barra, presidente da Tabocas Engenharia, empresa contratada para construir a linha, disse que a solução foi aproximar as estruturas próximo às torres de Furnas. Os cabos passarão por baixo do bipolo, transmitindo 1.600 MW de potência.

Barra afirmou que o arranjo alcançado nesse projeto será inédito, com três cabos por fase, em circuito duplo. O edital falava em seis cabos para atingir a potência de 1.670 MW. “Conseguimos eletricamente resolver e a solução já foi dada, já está com a Aneel”, disse o executivo, que garante que o projeto não sofrerá atrasos. “Não tem risco de atraso. Está tudo dentro do cronograma previsto pela Engie.”