Dados consolidados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apontam crescimento de 2,7% tanto na geração quanto no consumo de energia no quarto trimestre de 2020, em comparação aos mesmos três meses de 2019. O período registrou as maiores variações positivas em todo o ano passado.
A produção das hidrelétricas caiu 1,4% em relação a idêntico período do ano anterior. A solar fotovoltaica recuou em 1,3%. Já a geração térmica teve um crescimento de 14,7% e alcançou a marca de 16.699 MW médios. As eólicas geraram 3% a mais no período, chegando a 7.641 MW. No total, foram gerados 67.436 MW médios no Sistema Interligado Nacional (SIN).
Na visão do consumo, o Ambiente de Contratação Livre (ACL) cresceu 10,5% nos meses de outubro a dezembro, em comparação a 2019. Essa ampliação decorreu não só do incremento na produção, notadamente em setores eletrointensivos, como os de extração de minerais metálicos, têxtil, minerais não metálicos e metalurgia e produtos de metal, como também do aumento da migração de consumidores do Ambiente de Contratação Regulada (ACR).
No ano, foram 1.522 novos consumidores que aderiram ao segmento.
No ACR, houve uma variação negativa de 0,7%. O consumo total no período foi de 67.385 MW médios.
Setores – De acordo com outro levantamento feito pela CCEE, em janeiro deste ano, os maiores aumentos no consumo de energia elétrica foram identificados em setores considerados eletrointensivos. A indústria de extração de minerais metálicos aumentou seu consumo 16,6% em relação ao mesmo período do ano passado, seguida pelo segmento têxtil (12,1%), de minerais não metálicos (10,6%) e metalurgia e produtos de metal (6,9%). O crescimento ganha maior destaque ainda quando se considera que, em janeiro de 2020, não havia no país grande preocupação com a Covid-19 e seus impactos.
Na outra margem do ranking, o setor de serviços teve queda de 9,6%. No transporte, o volume consumido de energia recuou 6,8%. A CCEE avalia que, considerando o período de férias escolares, estes setores permanecem especialmente afetados pela lenta recuperação da pandemia. Apresentaram queda também os ramos de comércio (-4,4%), telecomunicações (-2,9%) e alimentícios (-2,8%).
Foto: Paulo Whitaker/Reuters