A carga de energia do sistema elétrico interligado do Brasil deve ter em maio salto de 12,3% ante mesmo período de 2020, quando o país registrava maiores índices de isolamento social em meio a medidas restritivas associadas à pandemia, projetou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) no último dia 30.

Em boletim com as primeiras previsões para o próximo mês, o ONS apontou que o Sudeste e o Sul, duas regiões de maior demanda, devem ver avanço de 12,1% na carga, mesmo em meio a números de casos de Covid-19 e mortes superiores neste ano.

O maior crescimento na demanda por energia é previsto para o Norte do país, com alta de 13,8% frente a maio de 2020, enquanto no Nordeste a expectativa é de elevação de 12,7%, segundo o órgão do setor de energia.

Em maio do ano passado, a carga elétrica desabou 10,2% na comparação com 2019, diante de medidas duras de isolamento adotadas por Estados e municípios. Em abril, primeiro mês inteiramente sob restrições, a queda havia sido de 11,6%.

Chuvas, térmicas 

As chuvas na região das hidrelétricas, principal fonte de energia do Brasil, devem ficar em 63% da média histórica para o mês de maio na região Sudeste, onde estão os maiores reservatórios, com o fim do período tradicionalmente de chuvas, que geralmente vai de novembro a março.

Já o Nordeste, segundo em capacidade de armazenamento nas usinas hídricas, deve receber precipitações em 39% da média no próximo mês, enquanto no Sul elas foram estimadas em apenas 26%.

O ONS apontou ainda que o acionamento de termelétricas para complementar o atendimento à demanda está estimado em 4,45 gigawatts médios para esta semana, ante 4,7 gigawatts previstos antes para a semana.